Marta Almeida

por Marta Almeida

Partilhar:

Este é um tema que me diz muito, a Liberdade. Acredito que todos nascemos para ser livres (leia-se para sermos fiéis a nós próprios e tomarmos decisões e ações consoante a nossa própria vontade), mas a verdade é que todos começamos esta vida condicionados.

Pequenas amarras que nos ligam a uma educação, uma sociedade, uma cultura. Amarras construídas a partir do amor ou de medos. Vários «é suposto fazeres isto e aquilo», «esta é a pessoa que esperamos que sejas», «este é o caminho que deves seguir…». Formatações que entram diretamente na nossa mente, colocadas por pais, professores, amigos, conhecidos, livros, televisão e todo o ruído que nos rodeia. Existem regras!

Será um teste do universo? Será que, para apreciarmos algo verdadeiramente, temos de lutar pela sua conquista?

Teste ou não, a verdade é que muitas pessoas apagam esse fogo do desejo interno do seu potencial. O desejo de serem mais, conquistarem mais e irem ao encontro deste chamamento da alma para serem elas próprias. Porque, convenhamos, sermos nós próprios significa sermos diferentes de todos os outros. E sabemos a coragem que é preciso para isso. Na maior parte das vezes, nem conseguimos o espaço e a tranquilidade para percebermos quem realmente somos. Quanto mais sê-lo de forma plena. E o grupo não aprecia a diferença. É aquele «espero que sejas esta pessoa» que não nos sai da mente.

E, se não tenho liberdade para ser eu própria, que liberdade tenho afinal?

A verdade é que não existe liberdade externa a nós. Longe vão os tempos da adolescência onde pensamos que, um dia, seremos livres para fazer tudo aquilo que nos der na real gana. Mas vivemos em sociedade, com as suas normas e leis (e espera-se que com valores e ética também). Não estamos sozinhos no mundo e não controlamos todos os fatores. Cada gesto nosso tem consequências. Cada gesto dos outros tem consequências em nós também. Então, essa liberdade de fazer o que quero, quando quero, estará sempre condicionada.

Profissionalmente, ajudo pessoas a criarem liberdade financeira para as suas vidas: ter tempo e dinheiro para que as suas decisões não dependam da falta destes. É uma ajuda! Uma grande ajuda. Abrem-se muito mais opções. Mas não significa, só por si, que se abram as portas da verdadeira liberdade. Uma série de fatores não controlados por cada um de nós podem condicionar-nos. Físicos e emocionais.

Tenho descoberto que o que mais impede as pessoas de construírem liberdade não se prende com a falta de um mapa para lá chegar. Mas com bloqueios, crenças e medos internos, tão antigos, tão enraizados e tão alimentados, que falsamente parecem fazer parte da personalidade.

O que me leva a pensar na verdadeira liberdade: na interna! Na liberdade das nossas emoções e pensamentos. De sermos donos das reações que temos, independentemente da situação que vivemos. Do nosso caráter ser sólido, de sermos fiéis a nós próprios. Essa busca, a busca pela liberdade, é no fundo uma busca pela nossa verdade. Uma busca interna de quem verdadeiramente somos, aliada à coragem de o sermos.

Encontra-te e serás livre!

About the Author: Marta Almeida
Marta Almeida
Idealista desde sempre, adora o poder que cada tem para activar a sua voz. A escrita é apenas uma forma de o fazer. Licenciada em comunicação empresarial, foi redatora de publicidade, diretora de marketing e chegou a ter um bar/galeria. Hoje trabalha com Marketing Social, ajudando pessoas a conquistarem a sua vida de sonho. É mãe do Francisco e da Mafalda e escreve de vez em quando para arrumar pensamentos.