Sónia Brandão

por Sónia Brandão

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Ser livre?

O que é ser livre?

Viver o que se quer, quando se quer, sem as amarras do socialmente aceitável?

Ou será somente a extensão de quem somos, no meio das muitas amarras que criamos ao longo da vida?

«A minha liberdade termina quando começa a do outro.»

Verdade, porque a nossa liberdade não pode existir quando precisamos de redefinir a do outro.

Hoje, cada vez mais, se confunde liberdade com vontade.

A vontade de fazer algo, de viver no limite, não é liberdade — trata-se de uma escolha consciente de alguém que vive num mundo livre.

Se o mundo atual não nos desse essa escolha, pouco importava a liberdade que tivéssemos.

Ser livre é poder viver as escolhas que fazemos, nos mais variados momentos, com a consciência de que foi por ali que caminhámos.

Ser livre é ter respeito pelo próximo, é respeitar as diferenças, sem que as mesmas nos sejam impostas.

Ser livre é escolher.

Tudo é uma escolha.

Manter pessoas ao nosso redor, que nos sabotam conscientemente, é uma escolha.

Mantermo-nos em caminhos dolorosamente errados é uma escolha, por mais difícil que seja recalcular a rota.

Enganar-nos, dizendo que tudo está bem, é uma escolha.

Optar pelo seguro, sem acreditar na mudança, é uma escolha criada pelo medo.

A liberdade dá-nos escolhas, mesmo que, ainda hoje, o facto de ser mulher limite parte da minha liberdade – porque ainda vivemos num mundo dito livre, onde as mulheres são, muitas vezes, subjugadas à vontade dos outros — principalmente de homens que não acreditam nessa igualdade.

Mas, hoje, somos todas mais livres.

Livres para falar. Livres para pensar. Livres para agir. Livres para viver.

Respeitando a liberdade de cada um, mas sem nunca esquecer que a nossa também existe.

About the Author: Sónia Brandão
Sónia Brandão
Apaixonada por palavras, aprendeu, desde nova, a criar realidades paralelas na sua mente — onde tudo era possível. "Amor de Perdição" foi o primeiro livro que leu. Tinha 13 anos e foi a mãe que lho sugeriu para se ocupar. Desde então, nunca mais parou de ler. Durante alguns anos, no entanto, parou de escrever: sentiu que tinha deixado de fazer sentido. Mas o confinamento fê-la regressar à escrita com mais força e determinação. Este ano, surgiu a vontade de partilhar com os outros o que coloca no papel.

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